quinta-feira, 31 de julho de 2008

Vocação e Missão


A vocação tem a ver com identidade, aquilo que realmente somos. Podemos acolher ou negar nossa identidade. Acolhendo, vivemos a experiência de dar sentido à vida e negando vivemos o vazio de sentido em buscas equivocadas de felicidade. A vocação missionária é uma espécie de semente lançada em nós no batismo, com todas as potencialidades para dar muitos frutos. É nossa identidade mais profunda. Faz parte de nosso ser. Somos missionários por natureza, mas é ao longo do caminho que vamos identificando mais e mais, o que realmente somos chamados.
Em minha experiência, percebi a força do Espírito do Senhor que me convoca e envia em missão a nossa Igreja irmã de Moçambique, África. É um chamado irresistível que exige certa radicalidade. Vai crescendo em mim a consciência de que este apelo vem do Espírito de Deus. Pessoas e situações foram instrumentos que facilitaram o discernimento para descobrir este chamado “ad gentes”.
O DVD, produzido pela Rede Vida do Estado e apresentado para os padres no retiro com Dom Jaime me ajudou muito na decisão. Nele uma mulher diz que: “não há verdadeira alegria sem passar pelo sofrimento”. Achei muito profunda esta afirmação. É isto mesmo, sem cruz não há ressurreição. O discípulo(a) de Jesus é convidado a tomar a cruz de cada dia. Somos tentados, como o mestre, a descer da cruz. “Se és Filho de Deus desce da cruz”. Escolher caminhos de facilidade, prazer, poder e vida cômoda, será sempre nossa tentação de descer da cruz, fugindo da dor, dos desafios e sofrimentos. Estou tendo esta graça e coragem de acolher uma vida mais simples e desapegada. De compartilhar o que sou com os pobres e abandonados da África.
Como já afirmei, vou na coragem dos que já foram. Creio que não irei sozinho. De alguma forma estaremos unidos pela oração, amizade e compromisso com a causa dos mais pobres. Todos que participam um pouco de minha história de vida estão me enviando. Não irei em meu nome, mas em nome da Trindade como diz meu lema de ordenação: “Enviado pelo Trindade, a servir com alegria”.
Agradeço a Igreja de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, nas pessoas de Dom Dadeus Grings e Dom Jaime Kohl, do setor missionário da CNBB pelo apoio e prioridade a causa missionária. A minha comunidade de origem de Sapucaia do Sul e a paróquia N.sra do Caravaggio que acolheu junto comigo este sopro do Espírito. A pastoral de juventude, minha escola missionária. A família, que mesmo sem compreender esta decisão, será junto comigo presença solidária no continente africano. Vou em nome de toda Igreja povo de Deus que confirma esta graça do Espírito e me envia em missão. Conto com as orações de todos vocês.

Um comentário:

Teologia disse...

Saudações meu amigo Pe. Mauricio, Que o amor do Pai sempre esteja sobre seu coração e sobre a sua vida. Que Deus o abençoe nesta Missão que servirá como Luz a sua Vocação. Que Deus sempre te abençoe e que o Espirito Santo seja derramado sobre o coração de todos os os Moçambiquenses. Paz e Bem do seu amigo Ronaldo de Brasília.